Pode o PPR fazer parte da história do Pai Natal, desde a Lapónia a Portugal?

Subscreva o Blog

Porque é que os sonhos financeiros podem contribuir para felicidade

Estamos na época de Natal – um tempo de sonhos e reencontros onde a Família tem um lugar central: Família é sinonimo de proteção, tradição, costumes, confiança, e onde se perpetuam memórias.
Vou contar uma história simples que vivi em 1985 e que me marcou profundamente até hoje, no aconselhamento financeiro, com destaque para a época do Natal.
Num final de jantar do mês de Março desse ano, encontrava-me, qual guerreiro, a descansar da jornada de trabalho, sentado num sofá do bar de um hotel lisboeta – sito ao Marquês. 

Entre um café e uma cerveja, meti conversa com um casal de turistas, que se encontrava numa atitude de descanso, mas com um ar de curiosidade intenso, evidenciado no olhar perscrutante e de observação com que observavam o ambiente da sala e a rua através das janelas por onde o lusco-fusco ia entrando.

    Depois das apresentações de circunstância, onde ficamos a saber os respetivos nomes, John e Anne, bem como o de António, começou a conversa da curiosidade:

    – Então de visita a Portugal?

    – Sim, estamos a dar a volta ao Mundo, referenciou John, enquanto Anne aquiescia com um olhar aberto.

    E veio-me à memória a famosa viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, numa atitude de pioneirismo, de descoberta, de ousadia perante a ciência e o empreendedorismo aventureiro.

    – Mas uma volta ao Mundo, em quantos dias, questionou António.

    – Um ano, pelos cinco continentes, com um plano delineado para cada País, região ou cidade, onde procuraremos conviver, partilhar e descobrir novas pessoas, paisagens e histórias, disse John com ar simples.

    Enquanto ficava boquiaberto com a descrição e o inédito para mim de ter encontrado novos roteiros de Magalhães, um turbilhão de ideias percorria-me o cérebro, até que alinhei nova pergunta de curiosidade:

    – E Portugal, quantos dias tem, dentro desse plano para um ano?

    – Bem… Já estamos em Portugal há 4 dias, onde conhecemos Lisboa, Évora e Santarém. Iremos ao Norte, passando por Coimbra, Porto, Braga e Guimarães. Temos mais 5 dias. São no total 9, referenciou calmamente Anne.

    Enquanto imaginava o quanto curto era o programa dedicado a Portugal, num contexto anual, pensava nalgumas recomendações para as visitas a efetuar nos dias que faltavam, fosse para comer, fosse para não perder de visitar… E magicava comigo “estes tipos americanos de facto são mesmo ricos. Nós somos um povo sem a grandeza financeira da América… bem, mas descobrimos o mundo primeiro do que eles, fomos o primeiro País da globalização”. Enquanto discorria mentalmente, tentava desenhar a pergunta que me esclarecesse da real capacidade para empreender uma viagem de um ano pelo Globo.

    – Vocês são Americanos… vocês são ricos e, portanto, podem andar um ano inteiro a passear. Nós em Portugal não temos dólares, mas antes uma moeda com uma referência ao nosso destino guerreiro de fundadores de uma nacionalidade, o escudo.

    – Mas nós não somos ricos, disse Anne.

    – Nós somos apenas recém-reformados dos Correios Americanos, reforçou John.

    – Mas então têm um super reforma…deixou escapar António.

    – A nossa reforma, é uma reforma de classe média baixa. Nós somos funcionários públicos reformados, não somos veteranos, nem oriundos de outra classe bem remunerada, clarificou John.

    Enquanto ouvia, ligava mentalmente a minha calculadora mental e procurava identificar à taxa de câmbio à data, quanto valeriam os 1 800 dólares da pensão.

    E instantaneamente, de imediato percecionei, que a partir do décimo quinto dia o casal, já não passearia por conta da reforma que recebiam, porque mesmo que tivessem o bom desconto no hotel onde se alojavam, precisariam de dinheiro para outros consumos e coo eu pagava quase quarenta mil escudos num plano de presença de mais três meses na capital.

    Um ditado popular português – “quem cabritos tem, de algum lado lhe vêm…” deu-me o mote para a questão seguinte:

    – Mas então como conseguem tanto tempo a viajar pelo mundo?

    – Esta viagem está pensada como uma alternativa de gestão da nossa vida doméstica, um sonho que poderia ocorrer se outras prioridades não emergissem, afiançou John.

    Enquanto diziam isto, os olhos brilhavam de bem-estar e era evidente que tinham a convicção de que iriam revelar e partilhar um segredo de uma vida.

    – Sabe, há quase 35 anos, resolvemos fazer um seguro, para ocorrer a um imprevisto de vida, um autêntico mealheiro mensal, onde entregávamos uma parte das nossas poupanças. Queríamos garantir que os nossos filhos poderiam ter uma educação universitária, retorquia Anne… coisa que nós não tivemos.

    – Mas… balbuciei eu, meio confuso, meio sem jeito para entender a conexão das coisas.

    – Como felizmente conseguimos evoluir profissionalmente disse John, do ponto de vista financeiro, também conseguimos que os nossos filhos obtivessem um curso universitário, sem precisarmos de utilizar a poupança acumulada no seguro. Mas olhe que foi uma vida de sacrifício. Nós nunca saímos da América até iniciarmos a viagem que estamos a fazer agora.

    Estava a ficar claro para mim, que este casal dispunha de um pecúlio acumulado ao longo de mais de 35 anos, mas sob o formato de um seguro, que não era claro para mim.

    – Decidiram então fazer um seguro de longo prazo, eu percebo, mas como é que o seguro associa educação, com uma poupança?

    – Bem, tentou John com ar professoral esclarecer…, nós na América, sempre conhecemos esse seguro onde poupamos hoje para uma reforma melhor amanhã, para educar os filhos em caso de uma alteração no emprego uma doença, … ou para realizar um sonho. É um verdadeiro complemento financeiro de poupança para o futuro.

    – Realizar um sonho!…um seguro para um sonho, como assim? Perguntei eu entre o curioso e o confuso, enquanto me recostava no sofá à espera de uma resposta que me pareceria de difícil de ser coerente.

    Mas com tom sereno, olharam para mim, e descansou-me de imediato. John levantou a cabeça e olhando-me nos olhos retorquiu:

    – Nós decidimos cumprir objetivos na nossa vida familiar, mas isso obrigou-nos a muitos sacrifícios, e quando os nossos filhos estudavam na Universidade, construímos o sonho de dar a volta ao Mundo, quando nos aposentássemos.

    – E porque não viajaram antes, questionei eu.

    – Bem nós tínhamos a certeza de que nos ia custar muito entrar na reforma, disse Anne. Sabe porquê?

    – Porque a nossa vida profissional, sempre foi muito intensa clarificou John de novo. Sempre gostamos do que fazíamos…e deixar de trabalhar seria stressante, apesar de já termos mais de sessenta e cinco anos de idade.

    – E claro uma viagem à volta do Mundo, faz nos viver novas experiências, mergulhar noutras realidades e esquecer um pouco a vida profissional passada.

    Ouvia atentamente e acenava com a cabeça, em sinal de assentimento.

    – Mas desculpem esse seguro é um seguro de Vida?

    – Sim, trata se de um seguro de vida poupança, disse Anne.

    – Já entendi, disse eu, … Para não deixar transparecer mais a minha ignorância sobre essa variedade de seguros

    – Desejo-vos uma super viagem, e não se esqueçam da histórica viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, o português que liderou esse sonho ao serviço de Carlos V de Espanha, uma tentativa de provar que os Portugueses tinham ido além da divisão do mundo no tratado de Tordesilhas, no território das especiarias das Molucas. 

    Esta história marcou definitivamente um desejo, de construir uma proteção financeira capaz de realizar vários sonhos se necessário.

     Mas somente em 1988 com a primeira grande Reforma Fiscal pôs entrada na então CEE, é que Portugal criou sob a liderança do Ministro das Finanças – Miguel Cadilhe, condições de modernização fiscal-financeira, onde se situaram os Certificados de Aforro, os PPR, as Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões, o IRS, o IRC entre outros. 

    E desde 1989 as seguradoras colocaram à disposição dos Portugueses um instrumento de apoio ao aforro de médio prazo, com características de complemento de reforma (designado de 3º pilar do Sistema de segurança Social), alavancado num conjunto de benefícios fiscais, quer à entrada, quer à saída e que já é usada por mais de 300 000 portugueses.

      Porque devem os PPR ser fortemente valorizados? 

      De acordo com o estudo divulgado pela Comissão Europeia, um trabalhador que se reforme em 2056 sem qualquer penalização terá uma reforma mais baixa do que uma pessoa que se reformou em 2016, correspondendo a um corte de 11%. Será uma das maiores quebras de taxa de substituição na Europa. 

      Assim muitas pessoas não poderão manter o nível de vida a que estão habituados durante o período ativo apenas com a reforma atribuída pelo Estado, ainda que a esta se junte um eventual complemento proporcionado pela empresa, tendo presente o modelo de calculo das pensões em Portugal, seja via CGA ou SGSS. 

      O potencial do fator capitalização, associado aos PPR 

      Para evitar a diminuição dos rendimentos na reforma terá de poupar regularmente e rentabilizar da melhor forma todos os euros que for colocando de parte. Das diversas soluções de enquadramento dos modelos de pensões para a reforma, sejam eles públicos ou privados, importa destacar o efeito capitalização que está associado aos PPR (ou aos Fundos de Capitalização da própria Segurança Social), onde queremos destacar a famosa frase de Albert Einstein:

      “The power of compound interest is the most powerful force in the universe”.

      Porque o tempo é o maior aliado para quem sonha com uma reforma desafogada. É um dos principais ingredientes da rentabilidade dos planos de poupança-reforma (PPR), o efeito capitalização. 

      Quanto mais cedo iniciar o PPR, mais maximizará o valor acumulado 

      Assim quanto mais cedo iniciar o processo de formação do seu PPR maior será o valor acumulado para a mesma, porque a matemática financeira é determinante para exponenciar o fator investimento, conjugado com o perfil de risco assumido. Isto é o perfil de risco do PPR é alavancador do potencial de ganho. 

      Porque é que os PPR United Links são dominantes? 

      Num contexto de taxas de juro negativas, a maximização da rentabilidade gerada só pode ser capturada através de ativos representativos da Economia Real geradores de ganhos reais como as ações, obrigações e não sob a forma de remuneração de ativos como depósitos bancários ou outros equivalentes.
      Por outro lado, as Seguradoras veem os seus investimentos em produtos de taxa garantida, como uma ameaça á sua rentabilidade, claramente penalizada nas regras de Solvência estabelecidas pelos Reguladores. 

      Assim os PPR United Link, isto é ligados a Fundos de Investimento, ou referenciados como PIBS (Produtos de Investimento com Base em Seguros) são os produtos mais recomendados para os perfis etários abaixo de 60 anos.

      Estes PPR ao terem as características de fundos de investimento mobiliários, permitem aos seus subscritores acompanharem facilmente a evolução do seu investimento, porque estão representados por Unidades de Participação, as são de publicação obrigatória pelo menos uma vez por mês.

      Se os subscritores, acauteladas as regras associadas aos benefícios fiscais auferidos, bem como as regras de mobilização, pretenderem antecipar o seu reembolso podem no fazer, com total transparência nos termos dos respetivos contratos de gestão.

      Se na EU os PPR United Link já são representativos da maioria dos investimentos neste tão famoso instrumento complementar de Reforma, naturalmente o caminho alargar-se-á com a implementação dos PEPP a partir de meados de 2020.

      Mas o que é o PEPP?

       O PEPP (Pan- European Pension Product) mais não é do que o regulamento dos Produtos Individuais de Reforma Pan-Europeus (PIRPE), ou já vulgarmente conhecido como o PPR Europeu.

      Este produto poderá ser adquirido através das Companhias de Seguros, das Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões, de bancos, ou de Sociedades Gestoras de Ativos e visa:

      – Potenciar a mobilidade dos jovens trabalhadores Europeus

      – Potenciar os complementos de Reforma dos Europeus em toda a União 

      Com isto a EU está claramente a reconhecer a necessidade de proteger o consumidor Europeu face á clara insuficiência das Reformas de amanhã, numa população habituada ao Welfare State. 

      Uma das características principais do PPR Europeu é a possibilidade de os aforradores poderem escolher até seis opções de investimento, consoante a sua preferência. Poderão alterar essa decisão ao fim de cada cinco anos, sem custos adicionais. Também, com a mesma periocidade poderão mudar de fornecedor, mas neste caso haverá custos. 

      Sintetizando:

      • Esta é uma época marcada por uma tradição – a de o Pai Natal recomendar aos aforradores Portugueses que potenciem com o seu subsídio de Natal o início de futuro, com menos incerteza e, portanto, que constituam um PPR.
      • O PPR dará para cumprirmos muitos sonhos, de certeza, e até poderemos dar uma volta ao Mundo, como fizeram John e Anne da nossa história.
      • Para tal precisamos de ter como claro que quanto mais cedo iniciarmos esta viagem melhor, porque como referia Einstein o efeito dos juros compostos é a da força mais poderosa do universo.
      • E não poderemos deixar de refletir o exemplo dado pela Sociedade Gestora de Fundos de Pensões (SGF), (criada com a famosa reforma fiscal referida) quanto ao binómio perfil de risco/tempo:

      https://www.sgf.pt/ppr/

      • A melhor prenda de Natal será claramente um PPR, tão importante como a ação sobre a sustentabilidade do Planeta face às alterações climáticas ( ainda recentemente observadas em Madrid), está a sustentabilidade financeira dos sistemas de segurança social, face às alterações demográficas, sociais e laborais.
      Autor : Fernandes da Silva

      Autor : Fernandes da Silva

      General Manager: A. Fernandes da Silva Consulting Lda

      Subscreva o Blog

      Conteúdos e Insights exclusivos...

      Bem vinda/o ! Esteja atenta/o à sua caixa de entrada...

      Share This